Raquel Naveira 5o7l Região MS Noticias /coluna/raquel-naveira-escritora Coluna Raquel Naveira no site Região MS Noticias /coluna/raquel-naveira-escritora /hf-conteudo/s/layout/blog__120f4f.jpg Raquel Naveira 5o7l Região MS Noticias pt-BR HOTFIX PRESS hourly 1 Copyright 2025 regiaomsnoticiregiaomsnoticias-br.msinforma.com.br http://press.hotfix.com.br/ O frio 69846 /coluna/raquel-naveira-escritora/13-o-frio.html <![CDATA[Raquel Naveira]]> /coluna/raquel-naveira-escritora/13-o-frio.html Mon, 02 Aug 2021 13:45:22 -03 <![CDATA[<p style="text-align: justify; "><b>Naquela noite, num sítio em Ibiúna, região fria de neblina, sentamo-nos em poltronas macias em frente &agrave; lareira. Unidos, homem e mulher, diante das chamas, no centro da vida, na proteção de uma casa distante, entre vinhedos. O fogo dançava, lambia os tijolos do forno, fazendo desenhos mágicos de estranhas salamandras estalando suas peles.</b><br></p><p style="text-align: justify; ">Lembrei-me de uma cena do filme <em>Doutor Jivago</em>, baseado no romance do escritor russo Boris Pasternak (1890-1960), detentor do Prêmio Nobel de Literatura. Conta a hist&oacute;ria de um m&eacute;dico aristocrata, o Doutor Jivago, interpretado por Omar Sharif, cuja trajet&oacute;ria remonta aos horrores da revolução na Rússia, no início do s&eacute;culo XX. A princípio ele apoia o movimento, depois se desilude com o socialismo. Envolve-se com a enfermeira plebeia, Lara, a bela loira de olhos azuis, a atriz Julie Christie. Entre dramas de consciência, adversidades e perseguições, refugiam-se numa choupana coberta de neve. Soam os acordes de uma música inesquecível: o <em>Tema de Lara</em>. Os amantes esquecem-se da guerra, do medo, do frio, entregando-se, corpos e almas, com desespero e ternura, em frente &agrave; lareira.</p><p style="text-align: justify;">Se há povo de temperamento marcado pelo frio intenso &eacute; o russo. O chamado General Inverno sempre teve relevância em eventos ao longo da hist&oacute;ria da Rússia. Por cinco meses seguidos as temperaturas são baixas e o transporte difícil. O ex&eacute;rcito do Imperador Napoleão (1769-1821) foi fustigado pelo inverno rigoroso. Corria o ano de 1812. Rumaram em direção a Moscou. Os russos retiraram-se usando a tática de "terra queimada", arrasando plantações, aldeias, deixando para trás os inimigos, que ocuparam uma cidade deserta e em cinzas. Os ses foram obrigados a bater em retirada. Napoleão enfraquecido, humilhado, perplexo. A grande armada destroçada, caminhando sob neve pesada. O frio penetrando nas roupas esfarrapadas dos soldados exaustos. Milhares de homens congelados nas estepes luzidias como espelhos. Era o fim do sonho napole&ocirc;nico.</p><p style="text-align: justify;">Transporto-me para a ex&oacute;tica Moscou. Estou perto do Kremlin, que abriga a residência do presidente e os tesouros czaristas. Caminho pela Praça Vermelha com suas cúpulas que parecem doces ou sorvetes coloridos. Atrás de mim, a Catedral São Basílio. Por todo lado paredes de terracota, ruas radiais que se cruzam, torres, monast&eacute;rios, palácios. A neve formou um tapete branco. As pessoas deslizam sobre patins de prata vencendo as longas distâncias entre os edifícios. Usam chap&eacute;us grossos e quentes de abas nas orelhas. Casacos de feltro preto cobrindo as botas de cano alto. As mulheres, de faces rosadas, escondem os cabelos com xales roxos e carmesins. Quem &eacute; aquele homem elegante, com gola de urso? &Eacute; Ali&ocirc;cha, saído do romance <em>Os Irmãos Karamazov</em>, de Dostoi&eacute;vski (1821-1881). Ali&ocirc;cha, aquele que personifica o cristão, livre de pecado, cheio de amor, miseric&oacute;rdia e compaixão. Queria tanto falar com ele e revelar-me a mim mesma, mas ele escapa como um foguete. E aquele outro de semblante encovado e olhos injetados de sangue? &Eacute; Raskolnikov, personagem do livro <em>Crime e Castigo</em>, tamb&eacute;m de Dostoi&eacute;vski, o gigante da literatura russa. Raskolnikov está em colapso mental, com remorso por ter ousado ass algu&eacute;m para defender suas torpes ideias superiores. a por mim como um raio. Em breve pagará o preço de ser descoberto e gemerá na prisão. E aquela mulher misteriosa, de saia preta e avental dourado, carregando uma valise na mão? &Eacute; Anna Karenina, a adúltera descrita por Tolst&oacute;i (1828-1910), desafiando princípios e valores, correndo em direção &agrave; estação. Deixo-a correr atrás do último trem. Estou sozinha, com os livros ardendo em meu peito, numa geada de epifanias, em plena Moscou.</p><p style="text-align: justify;">Volto meu espírito &agrave; sala do sítio de Ibiúna. Faz frio. O inverno veio nos buscar. Cruzou estradas e rios. Sofrimentos e cansaços nos fizeram compreender melhor os nossos sentimentos e os daqueles que amamos, filhos e netos gerados atrav&eacute;s dos ciclos e estações. A lareira nos aquece. Sorrimos um para o outro, resignados e cordiais. </p><p> </p>]]> <![CDATA[&lt;p style=&quot;text-align: justify; &quot;&gt;&lt;b&gt;Naquela noite, num s&iacute;tio em Ibi&uacute;na, regi&atilde;o fria de neblina, sentamo-nos em poltronas macias em frente &amp;agrave; lareira. Unidos, homem e mulher, diante das chamas, no centro da vida, na prote&ccedil;&atilde;o de uma casa distante, entre vinhedos. O fogo dan&ccedil;ava, lambia os tijolos do forno, fazendo desenhos m&aacute;gicos de estranhas salamandras...]]> Cabeza de Vaca 2d73q o andarilho das Américas de Raquel Naveira /coluna/raquel-naveira-escritora/9-cabeza-de-vaca-o-andarilho-das-americas-de-raquel-naveira.html <![CDATA[Raquel Naveira]]> /coluna/raquel-naveira-escritora/9-cabeza-de-vaca-o-andarilho-das-americas-de-raquel-naveira.html Wed, 16 Jun 2021 22:03:13 -03 <![CDATA[<p style="text-align: justify; ">Tradicionalmente, a poesia tem marcado significativa presença tamb&eacute;m em reciprocidade com a hist&oacute;ria. Assim, o fen&ocirc;meno memorialístico, o fato cultural/social, as referências documentais e as experiências humanas têm povoado o corpus literário. Na contemporaneidade, há nomes expressivos que, em suas produções po&eacute;ticas, timbram com maestria esta abordagem hist&oacute;rica, instaurando o diferencial da linguagem em face do conhecimento, mantendo no contexto harm&ocirc;nico a leveza do efeito est&eacute;tico e a engajada função crítica e reflexiva da arte da palavra &ndash; um destes nomes &eacute; o da escritora sul-mato-grossense: Raquel Naveira, que &eacute; Mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Mackenzie de SP e pertence: &agrave; Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, &agrave; Academia Cristã de Letras/SP, &agrave; Academia de Ciências e Letras de Lisboa, e ao PEN Clube do Brasil. Já com dezenas de livros publicados em vários gêneros, inclusive outros romanceiros como Guerra entre Irmãos: poemas inspirados na Guerra do Paraguai; Caraguatá: poemas inspirados na Guerra do Contestado; e Sob os Cedros do Senhor: poemas inspirados na imigração árabe e armênia em MS, Raquel chega agora com Romanceiro de "Cabeza de Vaca &ndash; O andarilho das Am&eacute;ricas" (pela Ed. Ibis Libris, RJ), obra que colige relevantes poemas autorais sintetizando a saga do mítico personagem espanhol Don &Aacute;lvar Núñez Cabeza de Vaca, ecl&eacute;tico protagonista de "aventuras hom&eacute;ricas" que "buscou outras fronteiras: a sorte e o risco no Novo Mundo". Para conhecermos um pouco mais acerca do contexto acima enfocado, reproduzo, a seguir, trechos de recente entrevista que fiz com a autora:</p><p style="text-align: justify;"><b>Rubenio Marcelo</b> &ndash; Raquel, como nasceu a ideia/motivação para escrever este seu novo livro: <em>Romanceiro de Cabeza de Vaca &ndash; O Andarilho das Am&eacute;ricas?</em></p><p style="text-align: justify;"><b>Raquel Naveira</b> &ndash; Vejo clara confluência entre Hist&oacute;ria e Literatura. O romanceiro &eacute; uma atividade po&eacute;tica de origem luso-espanhola, de caráter &eacute;pico e lírico. Durante a Idade M&eacute;dia era an&ocirc;nimo, transmitido por via oral, poesias ou canções populares que constituíam a literatura po&eacute;tica e nacional de um povo. O meu fascínio por esse gênero literário surgiu na juventude, logo ap&oacute;s a leitura do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, que me impressionou demais. &Aacute;lvar Nuñez Cabeza de Vaca, o conquistador espanhol nascido em 1488 e que partiu para a Am&eacute;rica em 1527, realizando fantástica viagem de ponta a ponta pelo Novo Mundo, dos Estados Unidos at&eacute; as terras brasileiras e paraguaias, foi-me apresentado por Moacir Lacerda, compositor do "Grupo ACABA &ndash; Canta-dores do Pantanal", que me desafiou a escrever alguns poemas sobre ele, com a intenção de musicá-los. Percebi que o personagem era incrível e daí nasceu esse romanceiro. A publicação da Íbis Libris ficou primorosa, uma joia: toda ilustrada com imagens medievais.</p><p style="text-align: justify;"><b>RM</b> &ndash; O que mais lhe fascina na hist&oacute;ria heroica deste personagem espanhol pouco estudado no nosso país: Don &Aacute;lvar Núñez Cabeza de Vaca, que lhe inspirou nesta obra?</p><p style="text-align: justify;"><b>RN</b> &ndash; <em>Um homem de caráter tenaz, que desafiou dificuldades de toda ordem. Cabeza de Vaca explorou o territ&oacute;rio ocupado hoje pelo Texas e pelos estados mexicanos. Conquistou, graças a seu carisma e inteligência, a simpatia das tribos indígenas por onde ou. Impossível traçar todo o percurso feito por ele. Naquelas longínquas paragens, percorrendo distâncias a p&eacute;, ele deparou-se com o Grand Canyon, no Arizona. Viu pela primeira vez, frente a frente, um bisão, o búfalo americano. Foi escravo dos índios, curandeiro iluminado. Chegou &agrave; Bolívia e ao Paraguai pelo Caminho do Peabiru, palmilhado por jesuítas. Foi o primeiro europeu a ficar extasiado diante das Cataratas de Iguaçu. ou pela região do Pantanal, no sul de Mato Grosso. Foi governador em Assunção. Sofreu todo tipo de traições e perseguições e, sobretudo, foi um escritor. Escreveu Naufrágios a partir de suas lembranças, contando suas perip&eacute;cias e mostrando um rico imaginário.</em></p><p style="text-align: justify;"><b>RM</b> &ndash; Como o nosso Pantanal Sul-mato-grossense aparece na saga de Cabeza de Vaca?</p><p style="text-align: justify;"><b>RN</b> &ndash; <em>Momento impressionante para n&oacute;s, de Mato Grosso do Sul, quando Cabeza de Vaca se surpreende com o Pantanal e o chama de "Mar de Xarai&eacute;s". &Eacute; como se o víssemos pela primeira vez atrav&eacute;s de seus olhos: "Maravilhoso,/ Mar de Xarai&eacute;s!",/ Exclamou Cabeza de Vaca,/ Tonto diante do desconhecido,// Descendo do conv&eacute;s</em>."</p><p style="text-align: justify;"><b>RM</b> &ndash; Ao vivenciar a plenitude dos textos po&eacute;ticos que compõem o livro, impossível &eacute; (o leitor atento), al&eacute;m de tudo, não despertar naturalmente a emoção: como, por exemplo, em Maria Marmolejo. &Eacute; este poema um dos mais emblemáticos do livro?</p><p style="text-align: justify;"><b>RN</b> &ndash; <em>O toque romântico e er&oacute;tico, imprescindível num &eacute;pico, &eacute; dado por esse poema, o "Maria Marmolejo". Era a esposa de Cabeza de Vaca. Há poucas referências a ela. Encaro-a como o símbolo das mulheres que ficaram sozinhas para que os companheiros se aventurassem ao mar: "Partiu?/ O vento era benfazejo/ Para a travessia,/ Fico no cais, noite e dia./ Sou Maria Marmolejo</em>"</p><p style="text-align: justify;"><b>RM</b> &ndash; Em consistente ensaio crítico autoral &ndash; acerca do Romanceiro de Cabeza de Vaca -, a Profª Ana Maria Bernaderlli afirma: "<em>Lírica, intimista, mística? assim &eacute; a Raquel Naveira que me &eacute; mais cotidiana &ndash; mas em palavras da pr&oacute;pria escritora/poeta, a Hist&oacute;ria &eacute; um universo temático que a inebria sempre</em>". Pergunto-lhe: &ndash; Como exímia tecelã do verso e da prosa, o que mais lhe move na tessitura dos seus romanceiros?</p><p style="text-align: justify;"><b>RN</b> &ndash; <em>Excelente o ensaio da Profª Ana Maria, jogando luzes sobre o nosso romanceiro. Ela percebeu esse meu interesse pela Hist&oacute;ria, pela compreensão dos acontecimentos da vida humana, que constitui um problema filos&oacute;fico. Sou ligada &agrave; mem&oacute;ria, &agrave;s lembranças, aos relatos, vestígios e sinais. O desvendar das alegorias, dos aspectos fabulosos, da exposição simb&oacute;lica de fatos, &eacute; meu norte. O &eacute;pico me atrai, esse gênero relativo &agrave; epopeia e aos her&oacute;is? as composições po&eacute;ticas narrativas de feitos reais e grandiosos, como a Ilíada e a Odisseia, de Homero; a Eneida, de Virgílio, e Os Lusíadas, de Camões, textos entrelaçados a lendas e fantasias. Creio que a fronteira entre o factual e o ficcional &eacute; tênue, como afirmou White: "a mistura entre hist&oacute;ria e ficção existe, pois o ado &eacute; uma construção de linguagem". Utilizo a imaginação e a capacidade de me colocar no lugar do outro em meus romanceiros</em>.</p><p style="text-align: justify;"><b>RM</b> &ndash; em outro trecho, diz a Profª Ana Bernardelli: "Há na sequência po&eacute;tica de Cabeza de Vaca a presença da autora que usa da poesia lírica para fundir a realidade objetiva e a realidade subjetiva: o eu e o mundo". Em face desta assertiva, pergunto: &ndash; Al&eacute;m dos horizontes da necessária pesquisa hist&oacute;rica, há ainda/sempre muitos c&eacute;us?</p><p style="text-align: justify;"><b>RN</b> &ndash; <em>Concordo mais uma vez. Há uma liberdade de fantasia ao escrever sobre Hist&oacute;ria. Não inventei essas hist&oacute;rias, elas são reais, mas a escolha dos temas e a forma de exposição brotaram de minhas vivências e do meu pr&oacute;prio tempo. Colei-me a uma pesquisa, mas os fatos brutos foram pincelados por minha sensibilidade e por uma interpretação pessoal e única</em>.</p><p style="text-align: justify;"><b>RM</b> &ndash; Raquel, como fazer para adquirir o livro? Há programação para futuros lançamentos?</p><p style="text-align: justify;"><b>RN</b> &ndash; <em>Há programação para novas edições, sem lançamentos. O livro pode ser adquirido pelo meu e-mail <a href="mailto:[email protected]">[email protected]</a> e pelo e-mail da editora: <a href="mailto:[email protected]">[email protected]</a></em>.</p><p style="text-align: justify;">__________________________________________________________</p><p style="text-align: justify;"><img class="alignleft size-thumbnail wp-image-159641 note-float-left" src="https://i3.wp.com/campograndenoticiregiaomsnoticias-br.msinforma.com.br/wp-content/s/2021/06/Escritor-Rubenio-Marcelo-145x145.jpg" alt="" width="145" height="145" style="float: left;">*<b>Rubenio Marcelo</b> &eacute; poeta, escritor, ensaísta e compositor, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, autor de várias obras publicadas, inclusive o livro "Vias do Infinito Ser": indicado para o triênio E e Vestibular 2021 da UFMS.</p><p style="text-align: justify; ">********* </p>]]> <![CDATA[&lt;p style=&quot;text-align: justify; &quot;&gt;Tradicionalmente, a poesia tem marcado significativa presen&ccedil;a tamb&amp;eacute;m em reciprocidade com a hist&amp;oacute;ria. Assim, o fen&amp;ocirc;meno memorial&iacute;stico, o fato cultural/social, as refer&ecirc;ncias documentais e as experi&ecirc;ncias humanas t&ecirc;m povoado o corpus liter&aacute;rio. Na contemporaneidade, h&aacute; nomes expressivos que, em suas...]]> <![CDATA[Raquel Naveira e seu novo livro 3q2929 Foto/arte: Divulgação]]> Múmia u6t44 /coluna/raquel-naveira-escritora/5-mumia.html <![CDATA[Raquel Naveira]]> /coluna/raquel-naveira-escritora/5-mumia.html Tue, 05 Jan 2021 15:05:40 -03 <![CDATA[<p style="text-align: justify; ">&Eacute; assim que me sinto: como uma múmia. Retiraram com garras afiadas o meu coração, fígado, rins, vísceras e colocaram num cofre de madeira dourada. O c&eacute;rebro foi derretido pelo ácido. Meu corpo mergulhado em água e sal, peixe desidratado. Preencheram a cavidade com serragem, ervas aromáticas e folhas dos meus livros de poemas. Enfaixaram-me com ataduras de linho branco e cola dura. Colocaram-me num sarc&oacute;fago, um relicário, o rosto coberto por uma máscara. Dentro da pirâmide úmida cercaram-me de joias, escaravelhos, amuletos e carros de guerra. O tempo perdeu seu sentido, quando vislumbrei os milhões e milhões de anos da eternidade.</p><p style="text-align: justify;">Quiseram me tornar mais um cadáver do vale, onde o sol se põe. Faltou-me oxigênio. Soprou sobre mim o vento seco de todas as fúrias. Foi aí que gritei: "_ Laços de morte me cingiram, torrentes de impiedade me arrastaram, mas, na angústia, invoco socorro e justiça." Ele então ouviu a minha voz, do seu nariz saiu fumaça, da sua boca o fogo que consumiu aqueles que me perseguiram.</p><p style="text-align: justify;">Saí correndo pelo mundo, soltando com as mãos os laços que me envolveram, os n&oacute;s com que me apertaram: armadilhas de engano, notícias de peste, imagens chocantes, cartões de cr&eacute;dito, propagandas luminosas. Toda sorte de ansiedade e desespero. Quiseram, a qualquer custo, desviar-me da verdade, minar meus sonhos e pensamentos, arrastar-me ao túmulo do chacal.</p><p style="text-align: justify; ">Que força tremenda &eacute; libertar-se das amarras. Atravessar em carne viva um novo portal. </p>]]> <![CDATA[&lt;p style=&quot;text-align: justify; &quot;&gt;&amp;Eacute; assim que me sinto: como uma m&uacute;mia. Retiraram com garras afiadas o meu cora&ccedil;&atilde;o, f&iacute;gado, rins, v&iacute;sceras e colocaram num cofre de madeira dourada. O c&amp;eacute;rebro foi derretido pelo &aacute;cido. Meu corpo mergulhado em &aacute;gua e sal, peixe desidratado. Preencheram a cavidade com serragem, ervas arom&aacute;ticas e folhas dos meus livros ]]> <![CDATA[Raquel Naveira/Foto 272c4v Arquivo pessoal]]> "Toda poesia genuína é insubmissa" diz Raquel Naveira 5k4t6v /coluna/raquel-naveira-escritora/4-toda-poesia-genuina-e-insubmissa-diz-raquel-naveira.html <![CDATA[Raquel Naveira]]> /coluna/raquel-naveira-escritora/4-toda-poesia-genuina-e-insubmissa-diz-raquel-naveira.html Fri, 18 Sep 2020 14:56:03 -03 <![CDATA[<p style="text-align: justify; ">Nosso CAF&Eacute; P&Oacute;S-MODERNO recebe Raquel Naveira que irá responder 13 perguntas e deixar um fragmento.</p><p style="text-align: justify;"><strong>1- Quando você começou a escrever?</strong></p><p style="text-align: justify;">A minha foi uma vocação de infância. Sempre fui fascinada pela palavra. Ela &eacute; minha forma de ser e estar no mundo. Quando criança, amava as cantigas de rodas, ouvir hist&oacute;rias e o objeto livro. Meu av&ocirc; era um autodidata, possuía uma rica biblioteca e eu gostava de manusear os livros, de observar figuras &agrave; luz de velas. Logo que comecei a ler, encontrei Monteiro Lobato e foi um abrir das portas da imaginação. Meu av&ocirc; me levou a Taubat&eacute; para conhecer o Sítio do Picapau Amarelo e lá participei de um concurso da Petrobrás sobre a vida e a obra de Monteiro Lobato. Eu devia ter uns oito anos, foi quando resolvi ser escritora. Escrevia hist&oacute;rias de fadas e bruxas em cadernos. Era meio bruxa e meio fada.</p><p style="text-align: justify;">Quando voltamos para Campo Grande, estudei na Aliança sa, dando continuidade ao francês. Aos quinze, ei a dar aulas na Aliança. Nasci professora. O amor pelos livros transformou-se em amor pelo Magist&eacute;rio. Gostava de dar aulas para minhas bonecas, de fazer chamada, de ar lições na lousa. A poesia veio na adolescência. Como bálsamo e rem&eacute;dio. Creio que mágoas curam grandes mágoas, como disse Camões.</p><p style="text-align: justify;">Penso, como Rilke, que o poeta vê poesia em seu cotidiano e, se não o consegue, a culpa &eacute; dele mesmo. Gosto de revelações, de epifanias, de momentos que explodem no cotidiano e que fazem tudo mudar.</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20lobato.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn lobato.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20lobato-miniatura-480x272-182985.jpg" width="480" height="272"></a> </p><p style="text-align: justify;"><strong>2- Escrever &eacute; um dom ou consequência de muita leitura e transpiração?</strong></p><p style="text-align: justify;">Creio sim em dom como aptidão para uma tarefa específica, como mente estudiosa, como capacidade e poder.</p><div class="google-auto-placed ap_container" style="text-align: justify;"><ins data-ad-format="auto" class="adsbygoogle adsbygoogle-noablate" data-ad-client="ca-pub-2730555871301578" data-adsbygoogle-status="done"><ins id="aswift_5_expand"><ins id="aswift_5_anchor"><iframe id="aswift_5" name="aswift_5" sandbox="allow-forms allow-popups allow-popups-to-escape-sandbox allow-same-origin allow-scripts allow-top-navigation-by--activation" width="723" height="280" frameborder="0" src="https://googleads.g.doubleclick.net/pagead/ads?client=ca-pub-2730555871301578&amp;output=html&amp;h=280&amp;adk=1110570300&amp;adf=1707632165&amp;w=723&amp;fwrn=4&amp;fwrnh=100&amp;lmt=1600451437&amp;num_ads=1&amp;rafmt=1&amp;armr=3&amp;sem=mc&amp;pwprc=6265739259&amp;psa=1&amp;guci=2.2.0.0.2.2.0.0&amp;ad_type=text_image&amp;format=723x280&amp;url=http%3A%2F%2Fobviousmag.org%2Fcafe_posmoderno%2F2020%2Ftoda-poesia-genuina-e-insubmissa-diz-raquel-naveira.html&amp;flash=0&amp;fwr=0&amp;pra=3&amp;rh=181&amp;rw=723&amp;rpe=1&amp;resp_fmts=3&amp;wgl=1&amp;fa=27&amp;adsid=ChEI8LWR-wUQifDstuKYioi7ARJIAEAdhpEw7y8aRhInlIkDhzWowkYDh36WySBVY0yHPacX2DEOxKkcA7nTJxFVLfhDSV2SHHYeKhS655fRs1kCOrNPZTKoae5w&amp;dt=1600451437884&amp;bpp=4&amp;bdt=3999&amp;idt=-M&amp;shv=r20200915&amp;cbv=r20190131&amp;ptt=9&amp;saldr=aa&amp;abxe=1&amp;cookie=ID%3D3fe8d7ccbf9bfd5e%3AT%3D1600450683%3AS%3DALNI_MbbSP1U245YUy7ERYY43EWhRVQyqw&amp;prev_fmts=0x0%2C723x181%2C300x600%2C723x280&amp;nras=3&amp;correlator=7841319990264&amp;frm=20&amp;pv=1&amp;ga_vid=2044526704.1600450682&amp;ga_sid=1600451437&amp;ga_hid=29909856&amp;ga_fc=0&amp;iag=0&amp;icsg=9395419807488&amp;dssz=45&amp;mdo=0&amp;mso=0&amp;u_tz=-240&amp;u_his=3&amp;u_java=0&amp;u_h=720&amp;u_w=1280&amp;u_ah=680&amp;u_aw=1280&amp;u_cd=24&amp;u_nplug=3&amp;u_nmime=4&amp;adx=68&amp;ady=2754&amp;biw=1263&amp;bih=614&amp;scr_x=0&amp;scr_y=100&amp;eid=21066923&amp;oid=3&amp;pvsid=1089720814360646&amp;pem=698&amp;rx=0&amp;eae=0&amp;fc=1408&amp;brdim=0%2C0%2C0%2C0%2C1280%2C0%2C1280%2C680%2C1280%2C614&amp;vis=1&amp;rsz=%7C%7Cs%7C&amp;abl=NS&amp;fu=8320&amp;bc=23&amp;jar=2020-09-18-17&amp;ifi=5&amp;uci=a!5&amp;btvi=3&amp;fsb=1&amp;xpc=YTFB9zzggE&amp;p=http%3A//obviousmag.org&amp;dtd=42" marginwidth="0" marginheight="0" vspace="0" hspace="0" allowtransparency="true" scrolling="no" allowfullscreen="true" data-google-container-id="a!5" data-google-query-id="CNqdmZyi8-sCFYi87AodpcsESg" data-load-complete="true"></iframe></ins></ins></ins></div><p style="text-align: justify;">Sempre gostei de ler, tive uma excelente alfabetização, av&oacute;s e educadores que me elogiaram, que me ofereceram livros ao perceber o meu interesse.</p><p style="text-align: justify;">E coloquei minha vida profissional tamb&eacute;m nesse sentido: uma faculdade de Direito, outra de Letras, Mestrado em Comunicação e Letras.</p><p style="text-align: justify;">Desde os trinta anos, comecei a publicar meus livros, artigos e ensaios em livros, jornais, revistas literárias. Enfim, uma carreira de muita dedicação e transpiração.</p><p style="text-align: justify;"><strong>3- Quais os "clássicos" da literatura você mais ira? Quais autoras e autores influenciaram tua escrita?</strong></p><p style="text-align: justify;">Sempre fui uma leitora apaixonada. Desde criança: Monteiro Lobato, Andersen, os irmãos Grimm, as Mil e Uma Noites, Malba Tahan. Na adolescência, a poesia: os românticos, o revolucionário Castro Alves, o genial &Aacute;lvares de Azevedo, o clássico Gonçalves Dias; os modernistas: Mário de Andrade, Drummond, Bandeira. E houve Clarice. A poesia de Cecília Meireles. A descoberta de Ad&eacute;lia Prado. Lygia, amiga querida que ou a enviar-me seus livros com lindas dedicat&oacute;rias. E N&eacute;lida, que narra tudo como Homero. A literatura sa caminhou lado a lado com cada escola literária estudada: Rimbaud, Baudelaire, V&eacute;rlaine. A literatura latina, sou fascinada pela Roma antiga e pela mitologia greco-romana. A literatura latino-americana com o realismo fantástico de um Borges. E hoje, a literatura africana com Mia Couto &agrave; frente.</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20castro%20alves.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn castro alves.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20castro%20alves-miniatura-480x270-182987.jpg" width="480" height="270"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>4- E na cena literária atual... Quem você já leu e gostou muito? Quem você indica?</strong></p><p style="text-align: justify;">Procuro acompanhar a produção contemporânea de perto, fazendo amigos, incentivando meus pares, ministrando cursos e palestras, frequentando, dentro do possível, a cena literária em meu Estado, o Mato Grosso do Sul e no país.</p><p style="text-align: justify;">Citaria a prosa po&eacute;tica de um João Carrascoza, os romances de Ruffato, Ana Miranda, Menalton Braff. E sempre N&eacute;lida Piñon, nossa Sherazade. A poesia vigorosa de Carlos Nejar, filos&oacute;fica e cortante de Secchin. O ensaísmo literário da poeta Alexandra Vieira de Almeida. Os escritores portugueses como Valter Hugo Mãe e Fernando Fitas na poesia.</p><p style="text-align: justify;">Há muitos outros que iro e acompanho, pois as citações são sempre redutoras.</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20ruffato.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn ruffato.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20ruffato-miniatura-480x257-182989.jpg" width="480" height="257"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>5- Neste momento, qual &eacute; o livro que você está lendo?</strong></p><p style="text-align: justify;">Estou relendo sempre e inspirando-me para uma live que farei esta semana, "O Arco e a Lira", do poeta mexicano Octávio Paz. &Eacute; um clássico, uma esp&eacute;cie de livro de cabeceira. Certamente o maior ensaio sobre po&eacute;tica escrito na Am&eacute;rica. Quanta cultura e sensibilidade!</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20octavio%20paz.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn octavio paz.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20octavio%20paz-miniatura-480x480-182991.jpg" width="480" height="480"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>6- O que você já publicou at&eacute; aqui? Foi difícil publicar?</strong></p><p style="text-align: justify;">Comecei a escrever muito cedo, ainda criança. Na escola, gostava de criar jornaizinhos, de escrever em diários e cadernos. Na adolescência, escrevi peças teatrais, participei de festivais de teatro. Aos vinte anos, comecei a publicar meus poemas, quase diariamente, no jornal Correio do Estado. Eu levava os poemas em mãos e os lia para o professor Barbosa, que ouvia tudo atentamente, com muita paciência, oferecendo-me sempre um cafezinho do bule de prata, naquelas xícaras brancas fumegantes. Em 1981, aos 31 anos, publiquei de forma independente, numa gráfica de Campo Grande, o meu primeiro livro de poemas, o Via Sacra. Ali já estavam minhas principais temáticas: a terra, o autoconhecimento, o fazer po&eacute;tico, a natureza, o amor e a morte, o cristianismo, a mitologia greco-romana. O livro recebeu crítica favorável no jornal Verve, do Rio de Janeiro, dirigido na &eacute;poca por Ricardo Oiticica. Em 1990, publiquei Fonte Luminosa, em São Paulo, com Massao Ohno, editor de poesia e arte. Fonte Luminosa &eacute; uma referência &agrave; fonte da praça da 14 e ao pr&oacute;prio Deus, pois o poeta &eacute; astro iluminado. Em 1991, veio Nunca-te-vi, poesia, pela editora Estação Liberdade, de São Paulo. Nunca-te-vi &eacute; o nome de um bairro de Bela Vista, cidade que faz fronteira com o Paraguai, outro tema de minha poesia: a alma na fronteira. Em 1992, pela mesma editora, o primeiro livro de ensaios, Fiandeira, que fala sobre a gênese da poesia, um livro generoso, inspirado na Filosofia da Composição de Edgar Alan Poe, quando explica a composição do poema "O Corvo". Em 1993, o primeiro romanceiro &eacute;pico, Guerra entre Irmãos- poemas inspirados na Guerra do Paraguai, livro que teve uma enorme repercussão, sendo citado por Gilberto Cotrim em livro sobre a hist&oacute;ria do Brasil. Em 1994, pela editora paulista Scortecci, o segundo romanceiro: Sob os cedros do Senhor- poemas inspirados na imigração árabe e armênia em Mato Grosso do Sul. Esse livro foi citado por Ana Miranda nas referências de seu livro Amrik, virou espetáculo de dança, rendeu-me homenagem em forma de trof&eacute;u oferecido pelo Clube Libanês. Em 1995, o livro de poemas Abadia, editado no Rio de Janeiro pela Imago, ganhou a primeira indicação ao prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1996, a primeira novela lírico-bíblica, Mulher Samaritana, publicada pela editora Santuário e seguida por Maria Madalena e Rute e a sogra Noemi. Em 1996, Caraguatá poemas inspirados na Guerra do Contestado, publicado pela Fundação Cultural R. Sovierzoski, de Dourados/MS, livro que se transformou num curta-metragem Cobrindo o C&eacute;u de Sombra, do cineasta C&eacute;lio Grandes. O infanto-juvenil, Pele de Jambo, foi publicado em 1996, pela RHJ de Belo Horizonte e conta a hist&oacute;ria de Rutinha, uma menina que vive entre dois mundos opostos: São Paulo e Mato Grosso. O livro de ensaios O Arado e a Estrela foi publicado em 1997, pela editora UCDB. Em 1997, participei do livro Intimidades Transvistas, publicado pela editora Escrituras de São Paulo, poemas ilustrando os quadros do artista plástico Valdir Rocha, ao lado de outros poetas como Renata Pallottini, Eunice Arruda, Jorge Mautner e Ives Gandra Martins. Em 1998, Casa de Tecla, poemas ilustrados por Ana Zahran e finalista do prêmio Jabuti. Em 1999, o livro de poemas Senhora ganhou o prêmio Henriqueta Lisboa, da Academia Mineira de Letras. Em 2001, no livro Stella Maia- e outros poemas, da editora UCDB, conto em versos a conquista do M&eacute;xico pelos espanh&oacute;is. Tamb&eacute;m em 2001, Xilogravuras, de Valdir Rocha, ao lado de Eunice Arruda, &Aacute;lvaro Alves de Faria, Celso de Alencar, com prefácio de Nelly Novaes Coelho. Casa e Castelo, em 2002, reuniu os poemas de Casa de Tecla e Senhora. Em 2004, Tecelã de Tramas- ensaios sobre interdisciplinaridade, editora UCDB, revela a união entre a poeta e a professora. Em 2006, Portão de Ferro, poemas, pela Escrituras e em 2007, Literatura e Drogas e outros ensaios, pela Nova Razão Cultural do Rio de Janeiro. O livro, que faz um corajoso relato sobre a confluência das drogas e da literatura nas vidas e nas obras de vários autores e sugere o posicionamento pedag&oacute;gico do estudo da Filosofia nas escolas como prevenção ao uso de drogas, foi adquirido por várias escolas municipais do Rio de Janeiro. Em 2010, o livro de cr&ocirc;nicas Caminhos de Bicicleta (São Paulo: Mir&oacute;). Em 2013, o livro de cr&ocirc;nicas Quarto de Artista (Rio de Janeiro: Íbis Libris). Em 2012, veio a lume o livro de poemas Sangue Português (São Paulo: Arte&amp;Ciência), que ganhou o Prêmio Guavira da Fundação de Cultura de MS. Tamb&eacute;m em 2012, o romance &Aacute;lbuns da Lusitânia (Campo Grande/MS: Alvorada) e os infantis: Guto e os Bichinhos, volumes I e II e Dora, a Menina Escritora pela mesma editora. Em 2015, Jardim Fechado: uma Antologia Po&eacute;tica (Porto Alegre/RS: Vidráguas), reunindo meus 40 anos de poesia. Em 2017, O Avião Invisível, de cr&ocirc;nicas (Rio de Janeiro: Íbis Libris). Em 2018, foram publicados dois livros pela editora Penalux, de Guaretinguetá/SP: Menina dos Olhos (poemas) e Mar de Rosas (cr&ocirc;nicas). Em 2019, reunimos todos os poemas portugueses esparsos por vários livros num único volume denominado Poemas Portugueses (Campo Grande/MS: Life), com lançamento no Dia de Camões e das Comunidades Lus&oacute;fonas.</p><p style="text-align: justify;">Publicação &eacute; sempre difícil. Cada livro tem seu pr&oacute;prio destino. &Eacute; uma porta que se abre e outra que se fecha. Um patrocínio, um modo de fazer, uma estrat&eacute;gia de lançamento. &Eacute; preciso estar sempre pronto para o trabalho, para a batalha.<br></p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20o%20aviao%20invisivel.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn o aviao invisivel.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20o%20aviao%20invisivel-miniatura-480x720-182993.jpg" width="480" height="720"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>7- Se algu&eacute;m deseja conhecer sua produção literária, você recomenda começar por onde?</strong></p><p style="text-align: justify;">Pela poesia. Mesmo na prosa, nunca abandono a poesia. O livro Jardim Fechado: uma Antologia Po&eacute;tica seria ideal, um de todos os meus livros reunidos.</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20jardim%20fechado.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn jardim fechado.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20jardim%20fechado-miniatura-480x750-182995.jpg" width="480" height="750"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>8- Prosa ou poesia? Conto, novela ou romance?</strong></p><p style="text-align: justify;">Sou leitora voraz. E gosto tamb&eacute;m de ensaísmo literário, de Hist&oacute;ria, de Filosofia. Inspiram-me muito.</p><p style="text-align: justify;"><strong>9- Se ainda não dá para viver s&oacute; de literatura, como você sobrevive?</strong></p><p style="text-align: justify;">Sou formada em Direito e em Letras. Mestre em Comunicação e Letras pela Universidade Mackenzie/SP. Fui professora de Literaturas Brasileira, Portuguesa, Latina, por 31 anos na Universidade Cat&oacute;lica Dom Bosco (UCDB), onde me aposentei. Depois disso, no período que morei em São Paulo, dei aulas de P&oacute;s-Graduação em várias Universidades e em aparelhos culturais como Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida. Enfim, o Magist&eacute;rio foi sempre a minha profissão.<br></p><p style="text-align: justify;">Sou casada há quarenta e dois anos com Adhemar, meu amor de juventude e tivemos três filhos e duas netas.</p><p style="text-align: justify;">O escritor deve procurar uma profissão que se apoie na escrita: o jornalismo, a publicidade, o Magist&eacute;rio em geral, são algumas opções.</p><p style="text-align: justify;">Muito importante a busca do sustento e da independência financeira.</p><p style="text-align: justify;"><strong>10- Algumas escritoras e escritores fazem depoimentos de cunho político outras defendem a "arte pela arte", uma autonomia entre fazer literatura e o contexto sociopolítico. Em sua opinião, qual a relação entre arte (ou obra literária) e a política?</strong></p><p style="text-align: justify;">Toda poesia genuína &eacute; insubmissa, tem atitude de indignação e revolta contra a situação social e política que vivemos. Em toda lírica, mesmo a mais romântica, há um substrato pessoal, um valor social. O poema age sobre o povo, modificando-o, dando-lhe voz. A obra de arte &eacute; um gesto, uma atitude, um ato político, uma expressão hist&oacute;rica de raças, nações, classes. O poeta &eacute; perigoso porque a poesia educa profundamente. A poesia tem magia e poder. A poesia solicita concentração, mergulho na vertigem da nossa pr&oacute;pria humanidade.</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20mar%20de%20rosas.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn mar de rosas.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20mar%20de%20rosas-miniatura-480x265-182997.jpg" width="480" height="265"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>11- Em que momento da vida você sentiu... "eu sou escritora".</strong></p><p style="text-align: justify;">Conforme já coloquei anteriormente, minha vocação para literatura foi uma vocação de infância. Antes de ler, já amava o livro enquanto objeto maravilhoso, que tinha vozes. Logo depois da alfabetização, li Reinações de Narizinho, do Monteiro Lobato e decidi ser escritora.</p><p style="text-align: justify;"><strong>12- Como &eacute; a recepção de sua obra literária?</strong></p><p style="text-align: justify;">Tenho uma enorme fortuna crítica, pois sou uma missivista, sempre conversando com outros escritores e lhes apresentando meu trabalho. Para ilustrar, transcrevo trecho do escritor Ronaldo Cagiano sobre o meu livro O Avião Invisível:</p><p style="text-align: justify;">"Essa obra de Naveira realiza um meticuloso rastreamento do pr&oacute;prio sentido da existência, num itinerário que transita do lírico ao social, do hist&oacute;rico ao geográfico, da literatura &agrave; filosofia, do onírico ao mitol&oacute;gico, do tangível pelos olhos ao místico tateado pelo espírito. Enfim, um delicado, sofisticado e po&eacute;tico panorama das re(l)(a)ções da autora com o universo e com as pessoas, suas influências literárias e referências culturais, em que valores e sentimentos são visitados com ternura e expansão espiritual, num movimento de percepção sobre a vida e seus contornos.</p><p style="text-align: justify;">Suas cr&ocirc;nicas, mais que revelar o homem real e a cidade viva, o ser em transição e a hist&oacute;ria em mutação, a realidade com suas dores, delícias, sonhos, frustrações e metamorfoses, nesse tempo de tamanha dissolução, de tanta perplexidade e paradoxos, &eacute; um convite &agrave; reflexão e ao desnudamento do humano em suas diversas projeções e representações".</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20visual%20poemas%20portugueses.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn visual poemas portugueses.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20visual%20poemas%20portugueses-miniatura-480x620-182999.jpg" width="480" height="620"></a> </p><p style="text-align: justify;"><strong>13- Qual &eacute; seu pr&oacute;ximo projeto literário? Ainda este ano?</strong></p><p style="text-align: justify;">Lançarei pela editora Penalux um livro de poemas e ensaios intitulado Leque Aberto. Reunião de 30 novas cr&ocirc;nicas publicadas at&eacute; aqui em jornais como o Correio do Estado/MS, o Linguagem Viva/SP e o Jornal de Letras/RJ e revistas. Como a "Conhece-te"/MG.</p><p style="text-align: justify;"><strong>Deixe uma poesia, frase ou fragmento de texto de sua autoria para quem leu esta entrevista fazer uma "degustação"...</strong></p><p style="text-align: justify;">Transcrevo cr&ocirc;nica que dá título ao meu novo livro "Leque Aberto":</p><p style="text-align: justify;"><strong>LEQUE ABERTO | Raquel Naveira</strong></p><p style="text-align: justify;">Encontrei entre os guardados de minha mãe, um leque. Um leque vermelho como uma aurora boreal. A renda toda revestida de lantejoulas rubras. Abri as hastes brancas de madrep&eacute;rola e ele fez um estranho som. Fechei novamente como quem toca um instrumento de flerte e sedução. Era tão vaidosa a minha mãe! Nascera mulher, preocupada com seus retratos e decotes, com o que os outros pensariam de sua beleza. Uma necessidade enorme de ser notada, de não ar nunca despercebida. &Agrave;s vezes isso a fazia cair um vácuo, num vazio absoluto, que doía em sua velhice.</p><p style="text-align: justify;">Abro o leque sobre o rosto, escondendo a boca. O gesto trouxe &agrave; minha mem&oacute;ria o trecho de um poema de Fernando Pessoa: "O teu silêncio &eacute; um leque,/ Um leque fechado,/ Um leque aberto seria tão belo, tão belo,/ Mas mais belo &eacute; não o abrir, para que a Hora não peque." Que analogia! O silêncio como um leque fechado, um enigma, um mist&eacute;rio, um fascínio. O leque desdobrado, mas sem abanar a dama, entregue a seus pensamentos. O leque esquecido em seu colo, o cabelo solto, as chamas saindo do seu corpo. Quanta feminilidade!</p><p style="text-align: justify;">No mesmo poema, o "Hora Absurda", o poeta afirma que "já não há caudas de pavões todas olhos nos jardins de outrora". O pavão &eacute; a pura imagem da vaidade. Essa ave, que simbolizava a deusa Juno, abria a cauda em forma de leque e provocava chuvas de fertilização celeste. O leque em círculo evoca mesmo um c&eacute;u de estrelas, miríades de olhos na plumagem azul-esverdeada. Por um instante &eacute; como se nossa alma se deparasse com o cosmos.</p><p style="text-align: justify;">Este leque talvez seja a cauda de um pavão vermelho. As pedrarias, gotas de ciúme, um princípio de corrupção. Ânsia de sangue real e imortalidade. Um atiçador de fogo. "Vaidade de vaidades! &Eacute; tudo vaidade", escreveu o rei Salomão em sua contemplação da raça humana. Tudo &eacute; vaidade e aflição do espírito. Confessemos o quanto somos vaidosos. O nosso cuidado exagerado com a aparência. O desejo de atrair iração e elogios. A necessidade de ter a pr&oacute;pria existência reconhecida. Caprichamos nas vestimentas, comportamentos, bens, eloquência, cultura. Artistas e poetas, então, como trabalham vaidosamente debaixo do sol. A sede de comunicação faz violentar at&eacute; os temperamentos tímidos. E se aumentam em conhecimentos, aumentam sua dor. Correm atrás do sonho, entre leques de grandes plumas. Confessemos, pois há o perigo iminente de cairmos nas falsas esperanças do mundo. Percebamos, enquanto há tempo, as s&eacute;rias realidades do mal, da injustiça e da morte que nos cercam e enlaçam. Fiquemos em comunhão com Deus, com a obra de amor que Ele quer fazer em nossa vida. Entreguemos nossos poemas como se fossem pássaros buscando o infinito.</p><p style="text-align: justify;">Tudo &eacute; vaidade. "Tudo n&eacute;voa-nada", escreveu o poeta e tradutor Haroldo de Campos, em sua "transcriação" do Eclesiastes, a partir do texto em hebraico, mantendo o ritmo po&eacute;tico, a sonoridade e a rede metaf&oacute;rica original. Haroldo fugiu da palavra "vaidade" e usou expressões como "fome-de-vento", "fumaça", "vapor", "ilusão ageira". Dirigindo-se aos poetas e sábios alertou: "Aonde a ciência cresce/ acresce a pena". // Tudo &eacute; vaidade, mas não ter vaidade seria a maior de todas as vaidades. Vaidosas e esmagadas, minha mãe e eu. Abro e fecho com fúria o leque em minhas mãos.</p><p style="text-align: justify;"><a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/rn%20ultima.jpg" rel="nofollow"><img alt="rn ultima.jpg" src="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/assets_c/2020/09/rn%20ultima-miniatura-480x270-183001.jpg" width="480" height="270"></a></p><p style="text-align: justify;"><strong>Onde encontrar Raquel Naveira?</strong></p><p style="text-align: justify;">Facebook, entre <a href="https://web.facebook.com/raquel.naveira" rel="nofollow">aqui</a>.</p><p style="text-align: justify;">E-mail: [email protected]</p><p style="text-align: justify;">Os livros de Raquel Naveira na editora Penalux. Entre <a href="https://www.editorapenalux.com.br/loja/raquel-naveira" rel="nofollow">aqui</a>.</p><p><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">© obvious: <a href="http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/2020/toda-poesia-genuina-e-insubmissa-diz-raquel-naveira.html#ixzz6YPycoYBN" style="background-color: rgb(255, 255, 255);">http://obviousmag.org/cafe_posmoderno/2020/toda-poesia-genuina-e-insubmissa-diz-raquel-naveira.html#ixzz6YPycoYBN</a> </div><div style="text-align: justify;">Follow us: <a href="https://ec.tynt.com/b/rw?id=d808DA9wqr3O4RadbiUzgI&amp;u=obvious" target="_blank" style="background-color: rgb(255, 255, 255);">@obvious on Twitter</a> | <a href="https://ec.tynt.com/b/rf?id=d808DA9wqr3O4RadbiUzgI&amp;u=obviousmagazine" target="_blank" style="background-color: rgb(255, 255, 255);">obviousmagazine on Facebook</a></div> </p>]]> <![CDATA[&lt;p style=&quot;text-align: justify; &quot;&gt;Nosso CAF&amp;Eacute; P&amp;Oacute;S-MODERNO recebe Raquel Naveira que ir&aacute; responder 13 perguntas e deixar um fragmento.&lt;/p&gt;&lt;p style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;&lt;strong&gt;1- Quando voc&ecirc; come&ccedil;ou a escrever?&lt;/strong&gt;&lt;/p&gt;&lt;p style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;A minha foi uma...]]> <![CDATA[Raquel Naveira/Foto 272c4v Arquivo pessoal]]> Serra de Maracaju foi tema de palestra realizada por Raquel Naveira na ACL 152o26 /coluna/raquel-naveira-escritora/2-serra-de-maracaju-foi-tema-de-palestra-realizada-por-raquel-naveira-na-acl.html <![CDATA[Raquel Naveira]]> /coluna/raquel-naveira-escritora/2-serra-de-maracaju-foi-tema-de-palestra-realizada-por-raquel-naveira-na-acl.html Wed, 16 Sep 2020 17:11:49 -03 <![CDATA[<p style="text-align: justify; ">Divide o estado de Mato Grasso do Sul em dois: a oeste da capital, Campo Grande; a Leste, ficam os campos do cerrado, enquanto se inicia a oeste o Pantanal sul-mato-grossense. As maiores altitudes alcançam 750 metros, nas proximidades dos municípios de Aquidauana. &Eacute; formada basicamente por arenito. Entre Campo Grande e Corumbá há grandes paredões de arenito..<br></p><p></p><div style="text-align: justify;">Essa serra entra no estado de Mato Grosso do Sul, vinda do Paraguai.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Por que falo aqui dessa serra?!</p><p style="text-align: justify;"><em>A Serra de Maracaju na Literatura</em> foi tema da palestra proferida pela renomada professora, poeta, cronista, escritora, e nossa Confreira Raquel Naveira, na Academia Cristã de Letras, a qual ocupa a Cadeira 7, cujo Patrono &eacute; Castro Alves, meu Poeta do coração!</p><p style="text-align: justify;">Raquel &eacute; uma dessas mulheres que não se contenta em ear perfunctoriamente sobre determinado tema. Ela se lança de corpo e alma: pesquisa, estuda profundamente, volve seu olhar para a fibra mais sutil para, somente, ao depois, escrever e opinar sobre o assunto objetivado!</p><p style="text-align: justify;">Assim são suas inúmeras e elucidativas cr&ocirc;nicas, onde a prosa po&eacute;tica fala alto, nos encantando e seduzindo por suas magníficas metáforas, plenas de sabedoria e conhecimento!</p><p style="text-align: justify;">Quando foi convidada a palestrar em uma de nossas Tertúlias da Academia Cristã de Letras, (16/08/2020), ela elegeu o tema: A <em>Serra de Maracaju na Literatura</em>, tema, aliás, que já havia sido abordado no Instituto Hist&oacute;rico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, sua cidade natal, sobre a qual já cantou e nos encantou em seus versos pungentes!</p><p style="text-align: justify;">Curiosa, fui atrás dessa Serra e, para minha surpresa, eis que tamb&eacute;m eu já tinha sido seduzida por esta, quando estive lá no Pantanal, há alguns anos!</p><p style="text-align: justify;">Realmente, encantadora, com um quê de mist&eacute;rio e permeada de hist&oacute;rias que am por nossa pr&oacute;pria hist&oacute;ria, como a Guerra da Tríplice Aliança e da Revolução Constitucionalista de 32.</p><p style="text-align: justify;">Raquel inicia sua palestra, falando das queimadas no cerrado que, lamentavelmente, atingiu a Serra de Maracaju este ano... Todavia, como mato-grossense que se preza, prosseguiu em sua palestra e nos fez caminhar juntos pela Serra de forma po&eacute;tica e com seu coração de filha da terra, relatando a visita de escritores, como Guimarães Rosa, em 1952 que, ap&oacute;s percorrer diversas cidades, como Sanga Puintã, Ponta Porã, Campo Grande, Aquidauana, chegou ao p&eacute; dessa Serra que o fascinou sobremaneira!</p><p style="text-align: justify;">Lembra ainda Visconde de Taunay que marcou sua agem com a obra <em>A Retirada de Laguna</em>, relatando sua hist&oacute;ria de amor pela índia Antonia e o c&eacute;lebre romance <em>Inocência,</em> tido como Romance Símbolo de Mato Grosso do Sul.</p><p style="text-align: justify;">Cita tamb&eacute;m os irmãos Manoel de Barros (poeta) e Abílio (escritor), nascidos em Cuiabá, Mato Grosso, bem como os músicos Almir Sater e Paulo Simões os quais se inspiraram nessa encantadora Serra.</p><p style="text-align: justify;">E, como nada &eacute; por acaso nesta vida, eis que fiquei sabendo que haverá uma nova versão da novela PANTANAL, (exibida em 1990), onde, Almir Sater atuou lindamente e nos presentou com suas sempre benvindas canções!</p><p style="text-align: justify;">Manoel de Barros, Poeta que inventou seu Pantanal, tinha uma fazenda de onde se avistava a Serra do Maracaju, com suas gargantas imponentes!</p><p style="text-align: justify;">Carandás cambarás e uma infinidade de plantas aquáticas nas vazantes e corixos (pequenos rios).</p><p style="text-align: justify;">Ah, não há como não se deixar atrair por esse monumento, criado por Deus, na voz forte, eivada de patriotismo e de amor a sua terra, de Raquel Maria Carvalho Naveira, nossa RAQUEL NAVEIRA!</p><p style="text-align: justify;">https://academiacristadeletras.org.br/publicacoes/artigos/serra-de-maracaju.html<br></p><h6 style="text-align: justify; "><br> </h6>]]> <![CDATA[&lt;p style=&quot;text-align: justify; &quot;&gt;Divide o estado de Mato Grasso do Sul em dois: a oeste da capital, Campo Grande; a Leste, ficam os campos do cerrado, enquanto se inicia a oeste o Pantanal sul-mato-grossense. As maiores altitudes alcan&ccedil;am 750 metros, nas proximidades dos munic&iacute;pios de Aquidauana. &amp;Eacute; formada basicamente por arenito. Entre Campo Grande e Corumb&aacute; h&aacute; grandes pared&otilde;es de...]]> <![CDATA[Serra de Maracaju 2211b Foto: ACL]]>